Simulações estatísticas:
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O programa leva em consideração variáveis que não são levadas em conta em outros sistemas de previsão. [Imagem: Ag.USP]
As páginas de Esportes dos jornais não deixam mentir: a cada final de semana, o Campeonato Brasileiro de futebol aproxima-se de seu final em acirradas disputas.
Entre o céu - um título ou uma vaga para a Taça Libertadores da América - e o inferno - o rebaixamento para a Série B -, torcedores se descabelam e fazem muitos cálculos para tentar prever o destino de seus times do coração.
Mas agora eles têm um recurso a mais: eles podem perguntar para os universitários - melhor dizendo, para os professores universitários.
Pesquisadores do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP e do Departamento de Estatística da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), desenvolveram um sistema inédito de previsão que tenta deixar a vida dos aficionados pelo esporte um pouco mais fácil - ou, pelo menos, sem tantas surpresas.
"Utilizamos os resultados dos jogos anteriores para fazer as previsões. Dessa maneira, com o decorrer do campeonato temos mais informações e o sistema pode ficar mais preciso", explica o professor Francisco Louzada Neto, do ICMC, que coordena a pesquisa.
O sistema faz as previsões baseado em um grande número de simulações para o restante do campeonato a partir de um modelo estatístico. "Geramos 10 mil possibilidades para os jogos que irão ocorrer até o fim do campeonato. Com o cruzamento de todas as possibilidades geradas, chegamos às previsões apresentadas no site", completa.
Levando o aleatório em conta:
O modelo estatístico considera, para cada time, três variáveis: o mando de campo, a defesa e o ataque.
"Os efeitos defesa e ataque captam o poder defensivo e ofensivo de cada time e são estimados a partir dos placares observados, mudando de acordo com a variável mando de campo, isto reflete as mudanças de postura tática que ocorrem quando um time joga dentro ou fora de casa", explica Louzada.
O algoritmo utilizado é diferente da maioria das estatísticas usadas pela imprensa nessa época do campeonato.
"Fazer uma previsão sobre um jogo de futebol é trabalhar com uma estrutura aleatória. Tentamos levar em conta essa aleatoriedade ao usar intervalos, e não números fixos, como geralmente é feito," explica.
Os intervalos são baseados nos resultados das simulações. Na imagem, por exemplo, pode-se verificar que o Corinthians tem 50% de chance de terminar o campeonato na faixa de 65 a 69 pontos.
"Esses 50% de chance indicam que, em 50% das simulações computacionais o Corinthians terminou o campeonato com 65, 66, 67, 68 ou 69 pontos", explica o professor.
Algoritmo usado pelo site é diferente da maioria das estatísticas usadas pela imprensa nessa época do campeonato.
Estatística no esporte:
Louzada conta que, junto a outros pesquisadores, começou a pesquisa em 2004, quando ainda era professor da UFSCar.
"Notamos que a estatística é geralmente muito utilizada em várias áreas do conhecimento, da medicina ao setor financeiro. Entretanto, aqui no Brasil, ao contrário do que seria esperado, há uma falta de metodologia de estatística aplicada ao estudo esportivo".
Eles viram então a possibilidade de divulgar a estatística, aplicando-a a temas de grande interesse da população.
"Nada melhor que um tema popular como o futebol para mostrar o poder de ferramenta que a estatística tem. Ela é útil num processo decisório, como uma ponte que te mostra um bom caminho no meio da incerteza", diz.
A mesma equipe já havia desenvolvido também um programa para acompanhamento das estatísticas de um jogo de futebol. Já uma equipe norte-americana desenvolveu um sistema para acompanhar o desempenho de cada jogador.
Fonte: Inovação Tecnológica
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O programa leva em consideração variáveis que não são levadas em conta em outros sistemas de previsão. [Imagem: Ag.USP]
As páginas de Esportes dos jornais não deixam mentir: a cada final de semana, o Campeonato Brasileiro de futebol aproxima-se de seu final em acirradas disputas.
Entre o céu - um título ou uma vaga para a Taça Libertadores da América - e o inferno - o rebaixamento para a Série B -, torcedores se descabelam e fazem muitos cálculos para tentar prever o destino de seus times do coração.
Mas agora eles têm um recurso a mais: eles podem perguntar para os universitários - melhor dizendo, para os professores universitários.
Pesquisadores do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP e do Departamento de Estatística da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), desenvolveram um sistema inédito de previsão que tenta deixar a vida dos aficionados pelo esporte um pouco mais fácil - ou, pelo menos, sem tantas surpresas.
"Utilizamos os resultados dos jogos anteriores para fazer as previsões. Dessa maneira, com o decorrer do campeonato temos mais informações e o sistema pode ficar mais preciso", explica o professor Francisco Louzada Neto, do ICMC, que coordena a pesquisa.
O sistema faz as previsões baseado em um grande número de simulações para o restante do campeonato a partir de um modelo estatístico. "Geramos 10 mil possibilidades para os jogos que irão ocorrer até o fim do campeonato. Com o cruzamento de todas as possibilidades geradas, chegamos às previsões apresentadas no site", completa.
Levando o aleatório em conta:
O modelo estatístico considera, para cada time, três variáveis: o mando de campo, a defesa e o ataque.
"Os efeitos defesa e ataque captam o poder defensivo e ofensivo de cada time e são estimados a partir dos placares observados, mudando de acordo com a variável mando de campo, isto reflete as mudanças de postura tática que ocorrem quando um time joga dentro ou fora de casa", explica Louzada.
O algoritmo utilizado é diferente da maioria das estatísticas usadas pela imprensa nessa época do campeonato.
"Fazer uma previsão sobre um jogo de futebol é trabalhar com uma estrutura aleatória. Tentamos levar em conta essa aleatoriedade ao usar intervalos, e não números fixos, como geralmente é feito," explica.
Os intervalos são baseados nos resultados das simulações. Na imagem, por exemplo, pode-se verificar que o Corinthians tem 50% de chance de terminar o campeonato na faixa de 65 a 69 pontos.
"Esses 50% de chance indicam que, em 50% das simulações computacionais o Corinthians terminou o campeonato com 65, 66, 67, 68 ou 69 pontos", explica o professor.
Algoritmo usado pelo site é diferente da maioria das estatísticas usadas pela imprensa nessa época do campeonato.
Estatística no esporte:
Louzada conta que, junto a outros pesquisadores, começou a pesquisa em 2004, quando ainda era professor da UFSCar.
"Notamos que a estatística é geralmente muito utilizada em várias áreas do conhecimento, da medicina ao setor financeiro. Entretanto, aqui no Brasil, ao contrário do que seria esperado, há uma falta de metodologia de estatística aplicada ao estudo esportivo".
Eles viram então a possibilidade de divulgar a estatística, aplicando-a a temas de grande interesse da população.
"Nada melhor que um tema popular como o futebol para mostrar o poder de ferramenta que a estatística tem. Ela é útil num processo decisório, como uma ponte que te mostra um bom caminho no meio da incerteza", diz.
A mesma equipe já havia desenvolvido também um programa para acompanhamento das estatísticas de um jogo de futebol. Já uma equipe norte-americana desenvolveu um sistema para acompanhar o desempenho de cada jogador.
Fonte: Inovação Tecnológica